Nessa reunião, o documento foi lido por Filipe Martins, então assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, na presença de outras figuras importantes como o ex-comandante da Aeronáutica Almir Garnier e o ex-ministro da Defesa Paulo Sergio Nogueira de Oliveira. Freire Gomes destacou que, posteriormente, deixou claro ao presidente Bolsonaro que o Exército não participaria de quaisquer ações destinadas a reverter o processo eleitoral por meio de institutos jurídicos como GLO, estado de defesa e estado de sítio.
A revelação do conteúdo do depoimento do general Freire Gomes coincidiu com um relato semelhante feito pelo ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Júnior. Ambos os ex-chefes militares afirmaram terem se manifestado contra a possibilidade de golpe de Estado, diferentemente do então comandante da Marinha, Almir Garnier, que teria colocado as tropas à disposição de Bolsonaro.
A minuta de golpe mencionada por Freire Gomes foi apreendida na residência do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres, e o ex-comandante do Exército confirmou que se tratava do mesmo documento apresentado por Bolsonaro nas reuniões. Freire Gomes ressaltou que sempre deixou claro para Bolsonaro que qualquer tentativa de reverter o resultado das eleições poderia resultar em responsabilização penal do ex-presidente.
Além disso, foi relatado que Freire Gomes chegou a ameaçar prender Bolsonaro, caso ele insistisse nos planos para um golpe de Estado. As revelações feitas pelo ex-comandante do Exército lançam luz sobre uma situação delicada e grave que está sendo investigada pela Polícia Federal e pelo Supremo Tribunal Federal. A sociedade aguarda ansiosamente por mais informações e desdobramentos desse caso que pode ter grandes repercussões políticas e jurídicas.