Governo de Milei sofre derrota no Senado e vê DNU ser rejeitado, agora tenta diálogo no Congresso para preservar programa.

O governo de Javier Milei enfrentou mais um golpe na última quinta-feira, 14, quando o Senado rejeitou seu Decreto de Necessidade e Urgência (DNU), levando o assunto ao Congresso, que já havia rejeitado a Lei Ônibus há um mês. Após se posicionar contra o que chamou de “traidores” em sua base de apoio, Milei agora tenta dialogar com esses mesmos parlamentares para evitar a queda de seu principal suporte legal.

A rejeição do DNU pelo Senado foi refletida negativamente no mercado, com queda nas ações. Os próximos dias serão cruciais para avaliar o futuro do programa político e econômico de Milei, que enfrenta uma série de revezes após apenas três meses no governo.

A oposição peronista e de esquerda, considerada o núcleo duro contra o governo, não possui votos suficientes para derrubar o decreto na Câmara de Deputados. No entanto, a base de apoio de Milei está em risco, com deputados do radicalismo e do PRO indecisos quanto ao seu posicionamento.

O senador Martín Lousteau, presidente da União Cívica Radical, surpreendeu ao rejeitar o decreto, gerando uma disputa dentro do seu partido, que até então apoiava o governo. A necessidade de apoio do Congresso coloca o governo em uma posição delicada, dependendo da negociação com a oposição “dialoguista” para manter seus planos em andamento.

A derrota do DNU no Senado fez com que o governo iniciasse movimentos para apresentar uma nova Lei Ônibus, buscando o apoio dos deputados “dialoguistas”. Alternativas como colocar o DNU em votação ou transformá-lo em projetos de lei fragmentados estão sendo consideradas para conter o revés.

No entanto, a possibilidade de a Suprema Corte declarar o DNU inconstitucional e a crescente insatisfação dos governadores e deputados colocam o governo em uma posição de fragilidade. O jogo de poder parece se inverter, com deputados e governadores ganhando mais influência nas negociações. O futuro do programa de Milei agora está nas mãos do diálogo e da capacidade de negociação do governo.

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