O Estado se gaba de ser o segundo maior gerador de empregos do Nordeste, o que pode até parecer impressionante à primeira vista. No entanto, seria realmente admirável se esses empregos fossem distribuídos de maneira justa e equitativa. Mas não é o caso.
A estatística que mais chama atenção é a de que 64% dos novos postos criados foram para mulheres. A governadora Raquel Lyra comemora esse dado como se fosse uma grande conquista, esquecendo-se de mencionar a disparidade de gênero que persiste no mercado de trabalho. Não seria mais apropriado lutar por igualdade salarial e oportunidades para todas as pessoas, independentemente do gênero?
A secretária Amanda Aires também se orgulha do cenário favorável à criação de emprego e renda em Pernambuco. O fato de o Estado depender tanto do setor de Serviços e da Construção para gerar novas vagas de emprego não é exatamente um sinal de diversificação e estabilidade econômica.
O Novo Caged, com sua metodologia questionável, apenas confirma o que já sabemos: a desigualdade persiste no mercado de trabalho. Enquanto alguns comemoram os números recordes, esquecem-se de que por trás de cada estatística há vidas que continuam sem oportunidades dignas de trabalho.
Em resumo, os dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego podem até parecer animadores à primeira vista, mas no fundo revelam uma realidade distorcida e problemática. Pernambuco ainda tem um longo caminho a percorrer em busca de um mercado de trabalho verdadeiramente justo e inclusivo.