A empresária em questão, Truong My Lan, é a presidente do grupo imobiliário Van Thinh Phat e é acusada de ter lesado mais de 40.000 pessoas ao longo de uma década, entre os anos de 2012 e 2022. O esquema fraudulento envolveu empréstimos do Saigon Commercial Bank (SCB), instituição financeira que possui mais de 90% de suas ações pertencentes à empresa de Truong.
O Ministério Público alega que a empresária desempenhou um papel central na fraude e foi descrita como sendo teimosa, crítica com seus subordinados e sem expressar nenhum tipo de arrependimento. Enquanto os outros acusados confessaram seus atos, Truong nega as acusações que pesam contra ela.
Além da solicitação da pena de morte por desvio de fundos, os procuradores também requerem penas de prisão que podem chegar a até 20 anos no total, por corrupção e violação das normas bancárias.
Diante da dimensão deste escândalo financeiro, o povo vietnamita foi às ruas em protesto nas cidades de Hanói e Ho Chi Minh, algo raro de ocorrer em um país com regime político comunista. Embora a pena de morte seja comumente aplicada no Vietnã em casos relacionados a entorpecentes, ela é considerada rara para crimes financeiros. A Anistia Internacional relata que o país realiza “muitas” execuções anualmente, porém as estatísticas exatas são mantidas em sigilo pelo Estado.
O caso de Truong My Lan despertou uma grande comoção no cenário político e social do Vietnã, deixando claro a gravidade e o impacto que crimes financeiros de tal magnitude podem causar em uma sociedade.
