Embora não fosse uma figura pública conhecida pela maioria da população, PC Farias se viu no centro das atenções durante a CPI que investigou escândalos de corrupção e culminou no impeachment de Collor em 1992. O diretor do documentário, Cleisson Vidal, destaca que o período vivido pelo Brasil naquele contexto era turbulento, marcado não só pela redemocratização do país, mas também pela queda da União Soviética e pelo fim da Guerra Fria.
Durante o governo de Collor, PC Farias alcançou grande influência na política nacional, simbolizada pelo jato particular que adquiriu e batizou de Morcego Negro. O filme explora a construção do empresário como vilão, apontando como sua imagem foi moldada pela conveniência e pelo preconceito.
Por outro lado, o documentário também resgata aspectos menos lembrados de PC Farias, mostrando-o como uma pessoa simpática, culta e que valorizava a família. A importância das gravações da CPI como registro histórico também é ressaltada pelo diretor, destacando que foi a oportunidade de PC contar sua versão da história.
O filme também aborda a religiosidade que permeava a vida de PC Farias, com a participação de Mãe Mirian, uma importante ialorixá de Alagoas. A presença da espiritualidade na política é destacada pelo diretor como uma ferramenta necessária além do racional.
Após a queda de Collor e a fuga de PC Farias do país, o empresário retorna e é posteriormente assassinado juntamente com sua namorada. O documentário lança luz sobre as circunstâncias misteriosas da morte de PC Farias e a tentativa de investigação que se seguiu.
“Morcego Negro” promete trazer uma nova perspectiva sobre um dos capítulos mais controversos da história política brasileira, revelando nuances e detalhes pouco explorados até então. A obra convida o público a refletir sobre o poder, a corrupção e as complexas relações que moldaram o cenário político do país naquela época conturbada.