O advogado Omar Mora Tosta, representante legal dos detidos, declarou à AFP que os colaboradores Henry Alviárez e Dignora Hernández estão em “desaparecimento forçado”, já que mesmo diante da informação da detenção pelos promotores, não foi possível localizá-los em nenhum dos locais de reclusão usuais do serviço de inteligência e contrainteligência.
A detenção ocorreu um dia antes do início do período de inscrição de candidaturas para as eleições presidenciais venezuelanas. Os detidos foram relacionados pelo Ministério Público a um suposto plano de ações desestabilizadoras para forçar a habilitação de María Corina Machado, que foi proibida de ocupar cargos públicos por 15 anos.
Com essa detenção, sobe para cerca de 40 o número de pessoas presas por supostos planos de conspiração e assassinato do presidente Nicolás Maduro. Machado, por sua vez, denuncia uma intensa repressão à sua equipe por parte do governo, que busca sufocar as vozes da oposição antes das eleições.
O advogado dos detidos teme que Alviárez e Hernández sejam apresentados sem defesa pública, como já ocorreu em casos anteriores de “presos políticos”. O prazo de 48 horas para a apresentação em tribunal dos detidos vence nesta sexta-feira.
A situação segue tensa na Venezuela, com a oposição pressionada para definir um candidato capaz de se opor a Maduro nas eleições, cujo prazo de inscrição encerra na próxima segunda-feira. Enquanto isso, a incerteza paira sobre o destino dos colaboradores de María Corina Machado, detidos sem comunicação com seus familiares e advogados.