Desigualdade salarial de gênero no Brasil: mulheres ganham 19,4% a menos que homens, aponta relatório inédito dos ministérios.

O 1º Relatório Nacional de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios revelou uma disparidade acentuada entre os salários de homens e mulheres no Brasil. Segundo dados do levantamento inédito divulgado pelos ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego (MTE), as trabalhadoras ganham, em média, 19,4% a menos do que os trabalhadores do sexo masculino.

As informações contidas no relatório foram consolidadas a partir do preenchimento dos dados no eSocial, sistema federal de coleta de informações trabalhistas, previdenciárias e tributárias. No total, 49.587 empresas com 100 ou mais funcionários contribuíram com informações referentes a 2022. O objetivo central do relatório é tornar visível a realidade remuneratória dos trabalhadores nas empresas e suas políticas de incentivo à contratação e promoção sob a perspectiva de gênero.

Um aspecto alarmante constatado no relatório é a desigualdade salarial entre homens e mulheres. Embora a diferença média seja de 19,4%, essa disparidade pode ser ainda maior dependendo do grupo ocupacional. Em funções de chefia e gerência, por exemplo, a diferença salarial chega a 25,2%, demonstrando um cenário de desigualdade de gênero acentuado em diversos setores.

O relatório também revelou diferenças significativas de remuneração por raça/cor. As mulheres negras, que representam uma parcela menor no mercado de trabalho, enfrentam uma desigualdade salarial ainda maior. A remuneração média das mulheres negras corresponde a apenas 68% da remuneração dos homens não negros, demonstrando o peso das disparidades raciais no contexto da desigualdade salarial.

Diante dessa realidade, ressalta-se a importância da Lei nº 14.611/2023, que trata da Igualdade Salarial e de Critérios Remuneratórios entre Mulheres e Homens. A legislação estabelece multas para empresas que não cumprirem com a transparência salarial e a igualdade de gênero, visando incentivar a adoção de práticas mais igualitárias no ambiente de trabalho.

Portanto, é fundamental que as empresas ajam de forma proativa na promoção da igualdade salarial e de oportunidades entre homens e mulheres. Além disso, é essencial adotar políticas de incentivo à contratação, permanência e ascensão profissional das mulheres, buscando eliminar as barreiras e preconceitos que perpetuam a desigualdade de gênero no mercado de trabalho.

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