Essa residência ficava próxima a um haras da família Brazão, em um ambiente de mata e natureza, que, segundo Lessa, tornava o local agradável para se reunir. O ex-policial admitiu que frequentava principalmente para jogar sinuca e beber cerveja, mas ali teve a oportunidade de conhecer os irmãos políticos.
Lessa relatou que desde aquele período já suspeitava que os Brazão estavam envolvidos em atividades criminosas. A Polícia Federal aponta que a disputa por territórios em Jacarepaguá foi o estopim para os atritos entre o clã Brazão e a vereadora Marielle Franco. Os Brazão são acusados de comandar uma milícia na região.
No acordo de colaboração, Lessa confessou ter sido o executor do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em 2018, a mando dos irmãos Brazão. Atualmente, Chiquinho é deputado federal e Domingos é conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, ambos estão com mandados de prisão preventiva decretada.
Segundo o ex-policial, o elo entre ele e os Brazão era Edmilson Macalé, também ex-policial militar, que compartilhava do mesmo interesse por passarinhos. Macalé foi assassinado em 2021, considerado um crime de queima de arquivo pela PF. Todos os detalhes relatados por Lessa foram utilizados para corroborar as informações, como o interesse dos Brazão e Macalé por criadouros de passarinhos e a própria descrição do ambiente onde se conheceram.
O desenrolar desse caso chocante e intrincado revela a complexidade das relações criminosas que permeiam a política do Rio de Janeiro e a crueldade dos atos executados em nome do poder. A prisão dos envolvidos e a colaboração de Ronnie Lessa são passos importantes para a elucidação desse crime hediondo.
