Recentemente, um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) revelou que, em 2023, os jornalistas no Brasil foram vítimas de 330 ataques, um número 40,7% menor do que no ano anterior. De acordo com a Abraji, esses ataques estão diretamente relacionados aos episódios de 8 de janeiro, como o caso de Marina Dias. A pesquisadora Rafaela Sinderski explicou que durante esses eventos, jornalistas foram agredidos fisicamente, tiveram seus equipamentos destruídos e foram alvos de perseguições e intimidações.
A pesquisa também apontou que, embora o número de violências contra jornalistas em 2023 tenha diminuído, a proporção de ataques considerados graves aumentou. A Abraji destaca que 38,2% dos casos registrados foram episódios de violência grave, incluindo agressões físicas, ameaças de morte e perseguições. Além disso, 47,2% dos casos envolveram discursos estigmatizantes e 55,7% dos agressores eram agentes estatais.
As violências de gênero também foram um destaque na pesquisa, apontando que 52,1% dos ataques tiveram origem ou repercussão na internet. A Abraji ressaltou a importância de medidas de proteção aos jornalistas, como reforço de políticas públicas, desenvolvimento de mecanismos de enfrentamento da violência online e adoção de medidas de formação e proteção pelas empresas jornalísticas. A associação também recomendou que os jornalistas não deixem de denunciar as agressões sofridas no exercício da profissão.