Fome no Cone Sul: Atlas revela desafios dos sistemas alimentares na região e aponta caminhos para garantir soberania alimentar

Recentemente, a Fundação Rosa Luxemburgo e a Editora Expressão Popular lançaram o Atlas dos Sistemas Alimentares do Cone Sul, um estudo importante que não apenas descreve, mas também analisa as causas e consequências da fome que assola cada vez mais a região. De acordo com um relatório recente sobre a Segurança Alimentar no Mundo, desde o início da pandemia de covid-19, o número de pessoas passando fome aumentou em 150 milhões, o que equivale a um continente inteiro de pessoas famintas, maior do que a população do Reino Unido.

O Atlas aponta que a região do Cone Sul, composta pela Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, é abundante em recursos naturais, mas enfrenta crises alimentares devido a um modelo econômico ineficiente. Mesmo detendo 8,3% da área agrícola do planeta com apenas 3,5% da população mundial, os cinco países apresentam altos índices de desenvolvimento humano, mas ainda não conseguem garantir uma alimentação adequada para todos os seus cidadãos.

Uma das questões abordadas pelo estudo é a priorização das exportações em detrimento da segurança alimentar interna. Apesar do aumento significativo das exportações de produtos agrícolas na região, isso não se traduziu em empregos no campo, resultando em um êxodo rural para as áreas urbanas. Isso tem levado a uma série de problemas, como a degradação ambiental, uso excessivo de agrotóxicos e impactos nas comunidades tradicionais.

Devido a essa realidade, o Atlas destaca a necessidade de repensar o modelo agrícola da região, incentivando a produção de alimentos saudáveis e sustentáveis para a população interna. A promoção da agricultura familiar, camponesa e indígena também é apontada como uma solução para garantir a soberania alimentar e combater a fome.

Portanto, diante desse cenário desafiador, o Atlas dos Sistemas Alimentares do Cone Sul apresenta um panorama das causas da fome na região e propõe soluções fundamentadas para reverter essa realidade. A união de forças sociais, o incentivo à produção de alimentos saudáveis e o fortalecimento da agricultura familiar são apontados como caminhos para garantir a segurança alimentar e construir um país mais justo e democrático.

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