O coordenador geral do Instituto Cidades Sustentáveis, Jorge Abrahão, destacou a gravidade da situação em Salvador, ressaltando a intensa repressão policial e a alta letalidade no estado. De acordo com Abrahão, a violência policial atinge principalmente jovens negros nas grandes cidades brasileiras, aumentando ainda mais a desigualdade e a insegurança.
Além dos altos índices de homicídios juvenis, Salvador também se destaca negativamente em relação à pobreza e ao desemprego. Cerca de 11% da população da cidade vive abaixo da linha da pobreza, e a taxa de desocupação é de 16,7%, enquanto a menor taxa registrada é em Campo Grande, com 3,4%.
O Mapa da Desigualdade é um estudo inédito que compara 40 indicadores das 26 capitais brasileiras em áreas como renda, saúde, educação, habitação e saneamento. A pesquisa evidencia as profundas desigualdades existentes no país, mostrando que mesmo as capitais com melhor desempenho ainda enfrentam desafios significativos em termos de igualdade e inclusão social.
Além disso, o levantamento destaca a baixa representatividade feminina na política brasileira, apontando a necessidade de maior participação das mulheres nos espaços de poder e decisão. A falta de diversidade de gênero e racial nas câmaras de vereadores revela um quadro de exclusão e desigualdade que precisa ser enfrentado e superado.
O Mapa da Desigualdade faz parte do Programa de Fortalecimento da Sociedade Civil e dos governos locais para a construção de cidades mais justas, igualitárias, democráticas e sustentáveis no Brasil. Com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, o programa visa promover o desenvolvimento econômico, sustentável e inclusivo no país, contribuindo para a redução das desigualdades e para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa.