Os distúrbios ocorreram em Palo Quemado, uma área onde está localizado um projeto minerador de 2.222 hectares, concedido à empresa La Plata, subsidiária da canadense Atico Mining Corporation. Os manifestantes incendiaram dois veículos e causaram danos à propriedade privada, em um gesto extremo de rejeição à exploração mineral na região.
Os indígenas, em especial os membros da poderosa Confederação de Nacionalidades Indígenas (Conaie), lideraram a oposição ao projeto de mineração, que ainda está em fase de exploração. Esse sentimento de resistência levou os manifestantes a se reunirem em frente à sede do Ministério do Meio Ambiente em Quito, protegidos por um contingente policial e militar.
A pressão popular resultou em uma consulta ambiental obrigatória para a concessão de licenças de operação. Mesmo durante a fase informativa promovida pelo Ministério do Meio Ambiente, os protestos em Palo Quemado se intensificaram, levando as forças de segurança a resguardarem o processo de socialização do projeto minerador.
Entretanto, os embates não se limitaram aos confrontos entre manifestantes e forças de segurança. Nesta quarta-feira, um ataque danificou os tubos que transportam água para a comunidade local, deixando-a sem esse serviço essencial. O Ministério do Governo condenou veementemente esse ato, argumentando que não permitirá que atos de violência sejam justificados como luta pelos direitos ambientais.
Diante desse cenário, a tensão continua a crescer na Província de Cotopaxi, enquanto a população e as autoridades buscam encontrar uma solução para o impasse em relação ao projeto minerador em meio a um panorama de confrontos e discordâncias.