Supremo Tribunal de Israel ordena fim dos subsídios para homens ultraortodoxos que não serviram no exército, ameaçando governo de Netanyahu.

Em uma decisão histórica, o Supremo Tribunal de Israel determinou o fim dos subsídios governamentais para homens ultraortodoxos que optam por não cumprir o serviço militar obrigatório. Essa medida, que pode ter repercussões significativas para o governo e para milhares de homens religiosos, tem colocado o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu em uma posição delicada, enfrentando sérias ameaças ao seu governo.

A guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas tem intensificado as tensões dentro da coalizão governamental, onde os partidos ultraortodoxos pressionam pela manutenção das isenções. Por outro lado, membros centristas do Gabinete de Guerra defendem a igualdade de contribuição de todos os setores da sociedade israelense durante o conflito na Faixa de Gaza.

A possível saída dos partidos ultraortodoxos do governo poderia levar a novas eleições, e pesquisas indicam que Netanyahu poderia perder apoio no Parlamento. A maioria dos homens judeus israelenses precisam servir quase três anos no Exército, seguidos por anos de serviço na reserva, enquanto as mulheres cumprem dois anos de serviço obrigatório.

Os ultraortodoxos, que representam cerca de 13% da sociedade israelense, têm tradicionalmente recebido isenções enquanto estudam em seminários religiosos em tempo integral. No entanto, as tensões em torno dessas isenções aumentaram durante os seis meses de guerra, em que mais de 500 soldados israelenses perderam a vida.

A decisão do Supremo Tribunal foi de considerar o sistema atual como discriminatório e deu um prazo para o governo apresentar um novo plano. Netanyahu solicitou uma prorrogação para encontrar um acordo, mas o tribunal ainda não respondeu. Enquanto isso, uma ordem provisória proíbe o financiamento dos subsídios mensais para os estudantes de seminários religiosos, afetando milhares de jovens. A decisão foi elogiada por opositores políticos de Netanyahu, mas criticada pelos líderes ultraortodoxos.

Essa decisão poderá ter desdobramentos significativos no cenário político de Israel, com a possibilidade de mudanças profundas na composição do governo e nas relações entre os diferentes setores da sociedade israelense. O futuro político do país está em jogo, e as consequências desse movimento do Supremo Tribunal serão acompanhadas de perto nos próximos dias.

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