Em um cenário político conturbado, com polarizações e retrocessos, Lula fez um chamado enfático à continuidade das políticas públicas voltadas para crianças e adolescentes, destacando a necessidade de garantir uma base sólida para o futuro da nação. O ex-presidente também dedicou o encontro às crianças em situação de vulnerabilidade, enfatizando a importância de manter viva a capacidade de se indignar diante das injustiças.
Durante a conferência, foram discutidas propostas para proteger os direitos humanos das crianças e adolescentes em meio à pandemia de Covid-19, que agravou ainda mais as desigualdades sociais no país. A presidenta do Conanda, Marina Poniwas, lamentou os impactos sombrios da crise sanitária, apontando para a negligência científica e política que agravaram a situação.
O ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida, ressaltou o papel fundamental da política como instrumento de transformação e melhoria da condição de vida das pessoas. Almeida destacou a construção histórica do conceito de infância e adolescência, lembrando que, no passado, crianças eram consideradas apenas adultos em formação, sem direito a uma fase de aprendizado e descoberta.
Estudantes presentes no evento cobraram uma efetiva aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente e a destinação de mais recursos para programas destinados a essa população. Eduarda Naiara e Willian Eleutério, membros do Comitê de Participação do Adolescente, destacaram a importância de implementar as leis existentes e garantir um espaço adequado no orçamento para as políticas voltadas para crianças e adolescentes.
Em um momento crucial para o debate sobre os direitos da infância e da adolescência, a 12ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente se mostrou como um espaço de reflexão e ação para a construção de um futuro mais justo e igualitário para as gerações futuras.