Crise humanitária em Gaza: mais de 1,1 milhão enfrentam fome iminente e crianças têm futuro comprometido pelas sequelas da desnutrição.

Em meio a quase seis meses de guerra, a fome se torna uma ameaça iminente na Faixa de Gaza, com mais de 1,1 milhão de pessoas correndo o risco de enfrentar a escassez alimentar mais severa dos últimos tempos. Um relatório divulgado em março pela iniciativa global de Segurança Alimentar alerta para a situação crítica que a população na região enfrenta.

De acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza, citados pelo Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha), 28 pessoas já morreram de desnutrição, sendo todas elas crianças. Essas mortes são apenas o reflexo visível de uma crise humanitária que ameaça se agravar nos próximos meses.

A conselheira sênior do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Anuradha Narayan, alerta para o fato de que mais de 90% das crianças pequenas, grávidas e lactantes em Gaza têm uma alimentação precária, com apenas dois grupos alimentares disponíveis diariamente, como o pão. Anteriormente, essas crianças tinham acesso a uma variedade maior de alimentos essenciais para o seu desenvolvimento saudável.

Os micronutrientes são fundamentais para o crescimento infantil, e a falta desses nutrientes essenciais pode resultar em sérias consequências para o futuro dessas crianças. A carência de vitaminas e minerais pode levar a problemas de visão, dificuldades de concentração e até mesmo atrasos no desenvolvimento cognitivo e físico.

Médicos e especialistas alertam que as crianças afetadas pela desnutrição, somada aos impactos psicológicos causados pela guerra, podem sofrer danos permanentes em seu desenvolvimento, afetando sua estatura, sua capacidade de aprendizagem e seu estado de saúde geral. A fome na infância pode ter repercussões devastadoras ao longo da vida dessas crianças.

Portanto, é crucial que medidas urgentes sejam tomadas para garantir a segurança alimentar da população em Gaza e evitar que a situação se torne ainda mais catastrófica nas próximas semanas. A comunidade internacional deve se unir para garantir o acesso a alimentos e cuidados médicos adequados àqueles que mais precisam, especialmente as crianças que estão em maior vulnerabilidade nesse contexto de guerra e escassez.

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