De acordo com o secretário extraordinário de Controle do Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, André Lima, a degradação florestal é um problema que tem recebido atenção dentro das políticas públicas de enfrentamento. Ele destaca que o combate à ilegalidade tem sido eficaz para desalentar o processo de degradação, principalmente relacionado ao corte seletivo de floresta.
O pesquisador David Lapola, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), salienta que a degradação florestal é mais complexa que o desmatamento e representa uma ameaça grave para o cumprimento das metas brasileiras estabelecidas em acordos internacionais. Ele ressalta que a degradação afeta os serviços ecossistêmicos da floresta de forma sutil e a longo prazo, transformando a floresta por dentro e substituindo espécies da flora e da fauna.
Lapola também aponta a necessidade de aprimorar os métodos de monitoramento da floresta, visto que as atuais ferramentas de vigilância, como o Prodes e o Deter, focam mais no desmatamento do que na degradação. Ele destaca a importância de se ter um sistema contínuo de monitoramento para identificar com mais precisão os fatores que causam a degradação.
Diante desse cenário, André Lima reconhece a importância de avançar nas políticas de controle da degradação florestal, especialmente após a interrupção de políticas públicas ambientais nos últimos anos. Ele destaca a inclusão da degradação nos programas de enfrentamento ao desmatamento, visando intensificar as ações de fiscalização e promover práticas sustentáveis nos municípios afetados.
Os pesquisadores enfatizam a necessidade de unir esforços para combater os distúrbios que afetam as florestas e impedir que a degradação continue a se intensificar. Eles ressaltam a importância de proteger a Amazônia não apenas pela sua biodiversidade, mas também pelos benefícios ambientais e socioeconômicos que ela proporciona, reforçando a urgência de ações efetivas para preservar esse importante bioma.