No último sábado (6), a editora do livro, Companhia das Letras, comemorou a decisão em uma publicação nas redes sociais, destacando a satisfação pelo retorno de “O Avesso da Pele” às escolas. A empresa considerou o recolhimento anterior uma tentativa de censura baseada em interpretações distorcidas de trechos isolados da obra.
O escritor Jeferson Tenório também se pronunciou nas redes sociais, agradecendo a mobilização contra a censura e ressaltando a importância da literatura e da arte. Ele enfatizou que os livros devem estar nas mãos dos estudantes e celebrou a decisão de reintegrar a obra nas escolas.
Em nota enviada à imprensa, a Secretaria de Estado da Educação do Paraná informou que os exemplares de “O Avesso da Pele” serão devolvidos às escolas até o final do mês, com orientações e sugestões para a utilização da obra com o público adulto e estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Já a Secretaria de Estado da Educação de Goiás afirmou que a obra passou por avaliação da equipe pedagógica e foi destinada às escolas que atendem estudantes do ensino médio.
O livro “O Avesso da Pele” aborda questões raciais, violência e identidade na história fictícia de Pedro, que busca resgatar o passado da família após a morte do pai em uma abordagem policial. Vencedor do prêmio Jabuti em 2021, o livro foi inscrito no Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) de 2022 e aprovado por uma banca de especialistas pelo Ministério da Educação (MEC).
A escolha das obras literárias para serem adotadas em sala de aula é feita pelos educadores de cada escola, com base em um guia digital do PNLD. Assim, o retorno de “O Avesso da Pele” às escolas do Paraná e de Goiás representa uma vitória contra a censura e a valorização da diversidade na literatura brasileira.
