Apesar de já ser reconhecida como remanescente de quilombo pela Fundação Cultural Palmares desde 2004, a Comunidade Pitanga dos Palmares enfrentou diversos desafios ao longo de sua história. Desde resistir ao regime escravagista no século 19 e estabelecer-se na fazenda Mucambo, a comunidade enfrentou conflitos territoriais, especialmente a partir da década de 1940, com a instalação de oleodutos para transporte de petróleo na região.
Além disso, empreendimentos públicos e privados, como polos industriais, rodovias, ferrovias e a construção da Colônia Penal de Simões Filho, impactaram significativamente no modo de vida da população local, que se mantinha com atividades sustentáveis como agricultura familiar, pesca artesanal e manejo da piaçava. A especulação imobiliária também afetou a comunidade ao longo dos anos.
O reconhecimento oficial das terras quilombolas pela Incra representa uma importante conquista para a Comunidade Pitanga dos Palmares, que há anos luta pela garantia de seus direitos territoriais. No entanto, as tragédias que marcaram a história da comunidade, como os assassinatos de Binho do Quilombo e de sua mãe, Mãe Bernardete, evidenciam que a luta pela garantia da posse da terra ainda enfrenta diversos desafios e interesses conflitantes.