NHS britânico restringe tratamentos de gênero para menores, seguindo tendência na Europa, devido à falta de evidências e preocupações com danos

O Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS) anunciou restrições nos tratamentos de gênero para menores, a partir deste mês. A decisão foi baseada em uma análise de quatro anos conduzida pela pediatra Hilary Cass, que levou à conclusão de que os tratamentos de gênero podem causar danos a longo prazo devido à falta de evidências dos benefícios.

A Inglaterra tornou-se o quinto país europeu a limitar medicamentos para tratamento de gênero, juntando-se a uma tendência mais ampla no norte da Europa, onde autoridades de saúde têm se preocupado com o aumento da demanda por tratamentos de gênero para adolescentes. Muitos pacientes também apresentam problemas de saúde mental que complicam a identificação da causa principal da angústia de gênero, conhecida como disforia.

A medida do NHS inclui a restrição de medicamentos que bloqueiam a puberdade, com exceção para pacientes em pesquisas clínicas. Além disso, a prescrição de hormônios como testosterona e estrogênio, que estimulam mudanças físicas permanentes, será feita com “extrema cautela” para menores. Estas diretrizes não serão aplicadas a médicos que atuam em consultórios particulares, que representam uma pequena parte da população.

A discussão sobre tratamentos de gênero para jovens ganhou destaque nos últimos anos, com as autoridades de saúde em países europeus como Finlândia, Suécia, Noruega e Dinamarca tomando medidas para restringir o acesso a esses tratamentos. Organizações de defesa de pessoas trans na Europa criticaram essas mudanças, alegando que infringem os direitos civis e agravam os problemas dos sistemas de saúde.

Nos Estados Unidos, políticos republicanos têm citado as restrições na Europa para justificar leis que proíbem tratamentos de gênero para jovens em 22 estados. No entanto, as políticas europeias diferem das proibições totais dos Estados Unidos, permitindo ainda tratamentos para determinados adolescentes e exigindo novos testes clínicos para estudar e entender melhor seus efeitos.

Essa mudança na abordagem dos tratamentos de gênero para jovens na Europa demonstra um movimento rumo a uma maior cautela e reavaliação dos benefícios e possíveis danos desses tratamentos. A discussão continua em aberto, com diferentes visões sobre como lidar com a questão da disforia de gênero em pacientes mais jovens.

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