Protesto em Buenos Aires termina em confronto com oito presos e seis feridos em manifestação contra medidas econômicas de Milei

Nesta quarta-feira, uma manifestação organizada por grupos sociais em Buenos Aires resultou em oito pessoas presas e pelo menos seis feridas. O protesto foi uma resposta às medidas econômicas implementadas pelo presidente Javier Milei, que apresentou o rascunho final da chamada Lei Ônibus, que propõe reformas profundas no Estado argentino.

Durante o protesto, um jovem ficou ferido ao ser agarrado pela polícia, enquanto os manifestantes atacaram os agentes com pedras, de acordo com o ministro da Segurança da cidade, Waldo Wolff. Em meio à ação policial, Martín Velázquez, 46 anos, que trabalha em um refeitório popular, criticou a repressão, alegando que a manifestação era sobre a emergência alimentar e social.

Além disso, uma das reivindicações dos manifestantes foi a retomada da ajuda aos refeitórios populares, que foi suspensa em dezembro. O governo afirmou estar buscando formas diretas de apoiar os mais necessitados, mas ainda não definiu um modelo de transição.

Por volta do meio-dia, os manifestantes bloquearam a Avenida 9 de Julho, principal artéria do centro de Buenos Aires, resultando em uma ação policial que dispersou o grupo com balas de borracha e gás lacrimogêneo. O governo de Milei, que assumiu o cargo recentemente, implementou o “protocolo antipiquete”, proibindo bloqueios de estradas como forma de protesto.

A lei Ônibus, apresentada pelo governo, dá amplos poderes ao presidente para governar sem o Congresso em quatro áreas específicas. Além disso, prevê a privatização de 18 empresas estatais e impõe descontos salariais a trabalhadores públicos que participarem de protestos. Essas medidas geraram descontentamento e levaram a uma onda de demissões no setor público.

A Argentina enfrenta uma grave crise econômica, com altos índices de inflação e pobreza. Os protestos de rua se tornaram frequentes desde a posse de Milei, que ainda mantém uma parcela significativa de apoio popular, mas está perdendo pontos de acordo com pesquisas recentes. A tensão política e social no país sul-americano ainda promete muitos embates no futuro.

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