Segundo Joseph, a elite política haitiana mantém relações estreitas com interesses estrangeiros que impedem melhorias significativas no país. As disputas pelo poder político e econômico dentro de uma pequena oligarquia aliada a interesses externos tem sido um dos maiores obstáculos para a estabilidade do Haiti, de acordo com o antropólogo.
Além disso, as intervenções internacionais no Haiti têm aumentado a dependência do país em relação à comunidade internacional, com ênfase na militarização e policiamento em detrimento da reestruturação das instituições estatais. A situação de violência e crise alimentar grave no país também foi mencionada, com quase metade da população vivendo em situação de fome aguda.
Handerson Joseph critica a cobertura midiática simplista e estigmatizante sobre o Haiti, que não aborda as causas profundas da situação do país. Para ele, é necessário compreender as táticas e técnicas, tanto internas quanto externas, que contribuíram para a destruição sistemática do Estado-nação haitiano.
A história da Revolução haitiana em 1804, que foi a primeira revolução de ex-escravizados vitoriosa da história da humanidade, também é citada por Joseph como um marco importante na situação atual do país. A luta anticolonial travada pelo Haiti desde então enfrentou diversos embargos e pressões internacionais que contribuíram para a instabilidade política e econômica que o Haiti vivencia até os dias atuais.
Diante desse cenário complexo e desafiador, o Haiti se vê mais uma vez diante da necessidade de uma verdadeira transformação para superar suas crises históricas e alcançar um desenvolvimento sustentável e democrático para seu povo.