O evento histórico, que ocorreu em 16 de abril, encerrou meses de mobilização que começaram em novembro do ano anterior, com o primeiro comício unificado da campanha, realizado em frente ao Estádio do Pacaembu. Naquela ocasião, cerca de 70 entidades da sociedade civil se uniram em um chamado pela democracia, dando início a uma série de manifestações que tomariam conta do país nos meses seguintes.
A luta das Diretas Já! teve início em Curitiba, em janeiro de 1984, e ganhou força em São Paulo, com um comício na Praça da Sé que reuniu cerca de 300 mil pessoas. A mobilização se estendeu por diversas capitais e grandes cidades brasileiras, como Rio de Janeiro, Belém e Manaus, demonstrando a união popular em prol do direito de escolher o presidente por meio de eleições diretas.
A causa das Diretas Já! representava a esperança de restaurar a democracia no Brasil, interrompida desde o golpe civil-militar de 1964. Durante 23 anos, a população brasileira não teve a oportunidade de eleger diretamente seu presidente, o que gerou um sentimento de urgência e mobilização em toda a nação.
O ápice da campanha foi o emblemático comício da Candelária, no Rio de Janeiro, que reuniu mais de 1 milhão de pessoas. E, no fatídico dia da votação da emenda proposta pelo deputado Dante de Oliveira, em 1984, a população assistiu de perto a derrota por apenas 22 votos, evidenciando a luta incansável pela democracia.
O comício de encerramento das Diretas Já! permanece como um símbolo da resistência e da vontade do povo brasileiro de conquistar seus direitos políticos e democráticos. Mesmo não tendo alcançado o objetivo imediato, o movimento deixou um legado de luta e mobilização que ecoa até os dias atuais, inspirando novas gerações a defender a democracia em todas as suas formas.
