O famoso jogo eletrônico Tetris tem se destacado como uma alternativa terapêutica para pessoas que passaram por tragédias e buscam combater os “flashbacks” de memórias traumáticas. Mas afinal, qual é a base científica por trás desse método?
Segundo especialistas da Universidade Charles Darwin, na Austrália, como o enfermeiro Daniel Bressington e o psiquiatra David A. Mitchell, o Tetris pode sim auxiliar no tratamento de transtornos de estresse pós-traumático, embora com algumas ressalvas.
O jogo de quebra-cabeça envolve a manipulação de peças geométricas em uma tela, desafiando o jogador a criar linhas organizadas para pontuar. Essa interação visual-espacial ajuda a distrair o cérebro e reduzir o impacto de memórias traumáticas recorrentes, típicas do TEPT.
Estudos sugerem que o Tetris pode sobrecarregar os circuitos de memória visual do cérebro, interrompendo a evocação de memórias indesejadas. Jogar Tetris por cerca de 20 minutos após um evento traumático ou durante o reencontro com experiências passadas pode contribuir para a redução dessas memórias intrusivas.
Pesquisas recentes demonstraram que o Tetris foi eficaz na diminuição de intrusões em diferentes grupos, como mulheres pós-parto, vítimas de acidentes de trânsito, refugiados de guerra e veteranos. No entanto, os especialistas ressaltam que esse método não substitui o tratamento profissional, sendo necessário um acompanhamento especializado para sintomas mais graves.
Apesar do potencial terapêutico do Tetris, são necessários mais estudos para validar sua eficácia de forma mais ampla. A utilização de jogos eletrônicos no tratamento de transtornos mentais está em constante evolução e promete abrir novas possibilidades no campo da saúde mental.
Por fim, é importante destacar que o Tetris não é uma solução única para todos os problemas relacionados ao TEPT, mas sim uma ferramenta complementar que pode ser incluída em estratégias terapêuticas mais abrangentes.
Com base nos estudos atuais, o Tetris se mostra como uma promissora alternativa terapêutica no campo da psicologia e psiquiatria, podendo contribuir significativamente para o bem-estar mental daqueles que lutam contra memórias traumáticas intrusivas.
