Essa importante medida, que oficializou a criação de um projeto de assentamento para 58 unidades agrícolas, foi publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira (16). A propriedade em questão se torna a segunda ocupação realizada pelas famílias de agricultores que reivindicam a reforma agrária na região. Anteriormente, em março de 2014, os trabalhadores haviam ocupado a Fazenda Araguarina, que passou por um processo de vistoria pelo Incra visando a desapropriação e destinação social. No entanto, uma ação judicial movida pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) paralisou o processo naquele mesmo ano.
Líderes do MST na época levantaram a possibilidade de motivações políticas por trás da ação judicial, apontando uma suposta pressão de ruralistas sobre o Dnit para remover o acampamento da BR-153. Diante desse impasse, em abril de 2017, parte das famílias do acampamento Olga Benário ocupou a Fazenda Sinuelo, que já havia sido desapropriada pelo governo em 2006 devido a investigações da Polícia Federal que apontaram o uso da terra para o cultivo de plantas psicotrópicas pelo tráfico de drogas.
Com a definição do Incra, a Superintendência Regional no Tocantins dará início ao processo de inclusão das unidades familiares como beneficiárias do Programa Nacional de Reforma Agrária. Isso garantirá aos trabalhadores o acesso às políticas públicas necessárias para o desenvolvimento de atividades produtivas sustentáveis, como a oferta de crédito.
O novo assentamento será batizado em homenagem à militante comunista alemã, Olga Benário, que dedicou sua vida à luta contra o fascismo e participou ativamente da resistência no Brasil ao lado de Luís Carlos Prestes durante o Estado Novo de Getúlio Vargas. Benário foi uma figura emblemática na luta por um governo revolucionário popular e contra as injustiças do latifúndio e das ameaças fascistas.