Relatório aponta aumento alarmante de mortes de civis pela polícia em relação a agentes mortos em serviço no Brasil em 2022.

Em meio a um cenário de violência policial que assola o Brasil, um dado alarmante chama a atenção: a cada 250 civis mortos pela polícia, um policial também é morto em serviço. Esses números foram revelados na 3ª edição do Monitor do Uso Letal da Força na América Latina e no Caribe, que aponta 2022 como o ano com o maior número de mortes da série histórica.

De acordo com o levantamento divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), em 2022 foram registradas 5.619 mortes de civis por policiais, enquanto 22 policiais perderam suas vidas em serviço. Essa proporção representa mais que o dobro do registrado em 2020, quando 114 civis foram mortos por cada agente de segurança vítima de homicídio.

O pesquisador do FBSP, Dennis Pacheco, ressaltou a desproporcionalidade desses números, demonstrando um abuso no uso da força policial. Segundo ele, a narrativa de confronto como justificativa para as mortes de policiais em serviço não encontra respaldo nos dados apresentados.

Além disso, Pacheco aponta que o Brasil vem demonstrando uma redução no número de policiais mortos em serviço nos últimos anos, enquanto as mortes causadas por agentes de segurança permanecem estáveis. Esse cenário levanta questionamentos sobre a eficácia das políticas de segurança pública no país e a necessidade de reavaliação de medidas adotadas.

O Monitor do Uso Letal da Força também aponta que o Brasil apresenta índices preocupantes em relação a outros países da América Latina, como Colômbia, El Salvador e Venezuela. A taxa de civis mortos por policiais em serviço no Brasil é maior que a desses países, ressaltando a gravidade da situação.

Diante desses dados alarmantes, medidas como o Programa Olho Vivo, adotado em São Paulo, que fornecem câmeras corporais aos policiais para registrar suas ações, podem contribuir para aumentar a transparência e o controle sobre a atividade policial. Essas iniciativas apresentam resultados positivos, como a redução de mortes por intervenções policiais em serviço, demonstrando que mudanças efetivas podem ser implementadas para combater o abuso da força policial no país.

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