Polícia Federal inicia perícia em corpo de embarcação à deriva no Pará sem estimativa para identificação dos nove corpos.

Nesta quinta-feira (18), a Polícia Federal (PF) divulgou que o prazo para a identificação dos nove corpos encontrados em uma embarcação à deriva no litoral paraense ainda não pode ser estimado. A perícia para identificação das vítimas teve início na quarta-feira (17) em conjunto com a Polícia Científica do Pará.

Segundo informações da PF, os corpos serão temporariamente sepultados em Belém, capital paraense, até que suas identidades sejam estabelecidas e as famílias possam ser informadas formalmente. A principal suspeita é que as vítimas tenham vindo da África em direção às Ilhas Canárias, na Espanha, utilizadas como rota migratória para entrada no continente europeu. O barco, provavelmente vindo da Mauritânia, na África, acabou pegando uma corrente marítima com destino ao Brasil.

A PF destacou que, devido à ausência de dados técnicos estruturados sobre a migração de pessoas dos países africanos, não é possível estimar o prazo para a identificação dos corpos. No entanto, o órgão afirmou que está empenhado em realizar todos os esforços necessários para estabelecer a identidade das vítimas o mais rápido possível.

O trabalho de perícia envolveu mais de 30 pessoas em uma abordagem multidisciplinar, seguindo o padrão de identificação de vítimas de desastres da Interpol. Diversos exames foram realizados, incluindo radiológico, exame de vestes, pertences, documentos e adereços, exame médico-legal, necropapiloscopico, entre outros.

Além disso, os peritos da PF e da Polícia Científica estadual finalizaram o exame da embarcação e dos objetos encontrados em seu interior, incluindo 25 capas de chuva e 27 telefones celulares, encaminhados para exames periciais. As possíveis informações obtidas dos celulares serão utilizadas em conjunto com a cooperação internacional para identificar os ocupantes da embarcação. Os dados colhidos foram enviados para Brasília, com apoio da Interpol e organismos internacionais, para o processo de identificação.

Por enquanto, as autoridades seguem empenhadas em desvendar esse mistério e trazer respostas às famílias das vítimas, contando com a colaboração de diversos órgãos e tecnologias para auxiliar no processo de identificação.

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