Com um total de 11 questões a serem submetidas à votação, o Conselho Nacional Eleitoral preparou um cardápio amplo de reformas jurídicas e emendas constitucionais. Entre os temas abordados, estão questões relacionadas ao combate à violência, como a possibilidade de militares apoiarem policiais sem a necessidade de estado de exceção, a extradição de equatorianos ligados ao crime organizado e o aumento das penas para crimes de terrorismo e narcotráfico.
Pesquisas indicam um apoio significativo à proposta de endurecimento das leis contra o narcotráfico, com percentuais entre 43% e 55% a favor, e aproximadamente 28% de indecisos. O momento em que acontece essa votação é de extrema turbulência para o país equatoriano, marcado por uma série de eventos violentos, fugas de presos e assassinatos de políticos.
O referendo é visto por especialistas como uma estratégia do governo para se consolidar perante a população e visando uma possível reeleição em 2025. Há críticas de que as ações de endurecimento das leis e repressão têm semelhanças com o estilo do presidente salvadorenho Nayib Bukele, tornando o cenário político ainda mais complexo.
A situação atual do Equador contrasta com um passado recente em que o país era considerado uma “ilha de paz” em meio aos maiores produtores mundiais de cocaína. A crise de segurança, marcada pelo aumento dos índices de violência e envolvimento de organizações criminosas, reflete um desafio que se arrasta há anos, com respostas equivocadas de governos anteriores e desmantelamento de políticas públicas de segurança.
Em meio a todo esse contexto, a população equatoriana terá a oportunidade de se manifestar nas urnas neste domingo, e os resultados do referendo poderão moldar o futuro do país diante de desafios tão urgentes e complexos.