A Confederação do Equador teve seu início em Pernambuco, disseminando-se por outras províncias do Nordeste, como Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. O movimento era contrário à monarquia e defendia a implantação de um regime republicano. Na época, foi reprimido e perseguido pelas tropas imperiais, resultando na condenação à morte de 31 pessoas, incluindo Frei Caneca, considerado o mentor intelectual da revolta e herói entre os revolucionários.
O professor George Felix Cabral de Souza, representante da Academia Pernambucana de Letras, ressaltou a importância da Confederação do Equador como parte da tradição de resistência aos poderes centrais e defesa das liberdades individuais em Pernambuco. Ele destacou o papel da região na difusão das ideias iluministas e na luta por igualdade, fraternidade e progresso.
A comissão recebeu o apoio de André Ricardo Heráclio do Rêgo, representante de instituições históricas, que afirmou ser o Senado o local apropriado para celebrar o bicentenário da Confederação do Equador, por sua atuação em defesa da Federação e da Constituição brasileira. Rêgo comparou o movimento nordestino ao levante constitucionalista ocorrido em São Paulo décadas depois.
A gestora governamental Daniela de Almeida Medeiros Silva também enfatizou a importância da luta da Confederação do Equador pelos ideais democráticos e republicanos, assim como a necessidade de preservar a história do movimento e de figuras como Frei Caneca. Já o representante do Museu da Cidade do Recife, Sandro Vasconcelos da Silva, ressaltou a relevância das comemorações para a construção da identidade nacional e para a compreensão da resistência nordestina à centralização do poder.
A senadora Teresa Leitão afirmou que a comissão terá um plano de trabalho que inclui reuniões mensais, painéis, mesas redondas, audiências públicas locais e regionais, além da produção de documentários e programas televisivos. Ela destacou a importância de manter viva a memória da Confederação do Equador e dos ideais pelos quais o movimento lutou, reforçando a importância da democracia como arma contra o autoritarismo.