Investigação da ONU arquiva acusação israelense sobre participação de funcionários da UNRWA em ataque do Hamas em 2023

Uma investigação das Nações Unidas sobre as acusações israelenses de que 19 membros da agência da ONU para os refugiados palestinos teriam participado do ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 arquivou um dos casos por falta de provas de Israel e suspendeu outros quatro.

A Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA) foi alvo de polêmica em janeiro, quando Israel acusou 12 de seus 30.000 funcionários de envolvimento no ataque do movimento islamista Hamas, que resultou na morte de cerca de 1.160 pessoas em solo israelense, a maioria civis. A ONU prontamente demitiu os funcionários e colaboradores envolvidos e iniciou uma investigação interna liderada por Catherine Colonna, ex-ministra de Relações Exteriores da França.

Nos últimos dias, a ONU recebeu informações sobre outros sete funcionários da UNRWA supostamente vinculados ao ataque, o que desencadeou novas investigações. O porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, informou que, do grupo inicial de 12 membros da UNRWA, um caso foi encerrado devido à falta de evidências fornecidas por Israel. “Estamos avaliando a possibilidade de tomar medidas administrativas corretivas no caso dessa pessoa”, afirmou Dujarric.

Além disso, as investigações sobre outros três funcionários foram suspensas devido à insuficiência de informações fornecidas por Israel. Entre os sete novos casos, um também foi suspenso aguardando a apresentação de provas adicionais. Os demais trabalhadores acusados permanecem sob investigação.

Um relatório provisório divulgado em março apontou que a UNRWA implementou diversos mecanismos e procedimentos para garantir a neutralidade humanitária. No entanto, os investigadores identificaram áreas críticas que ainda precisam ser abordadas.

Países como Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Japão suspenderam o financiamento à UNRWA após as acusações de Israel. Canadá e Suécia estavam nesse grupo, mas retomaram o envio de ajuda à agência. A UNRWA é a principal organização de ajuda em Gaza e emprega cerca de 13.000 pessoas no território. Os bombardeios de Israel já vitimaram pelo menos 34.356 pessoas, a maioria mulheres e crianças, de acordo com dados do Ministério da Saúde liderado pelo Hamas.

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