Embora a Covid-19 seja causada por um vírus e não seja tratada com antibióticos, houve casos de coinfecção em que os pacientes precisaram lidar tanto com o vírus quanto com bactérias, justificando o uso de antibióticos em torno de 8% dos casos analisados pela OMS. No entanto, surpreendentemente, cerca de 75% dos pacientes receberam esses medicamentos de forma preventiva, mesmo sem uma real necessidade.
A pesquisa apontou variações significativas no uso de antibióticos entre as diferentes regiões do mundo. Enquanto na região do Pacífico Ocidental o percentual de uso foi de 33%, no Mediterrâneo Oriental e em regiões africanas esse valor chegou a 83%. Além disso, ao longo do período analisado, houve mudanças nas prescrições de antibióticos, com quedas na Europa e nas Américas e aumento na África.
Um dado preocupante revelado pelo estudo foi que os antibióticos mais frequentemente utilizados foram os que apresentavam maior potencial de resistência microbiana, de acordo com a classificação da OMS. Isso pode ter impactado negativamente nos resultados clínicos dos pacientes, uma vez que não houve melhora significativa e, em alguns casos, o uso indiscriminado desses medicamentos causou danos às pessoas internadas.
Diante desse cenário, a OMS chama a atenção para os riscos associados ao uso excessivo de antibióticos, destacando a importância de uma prescrição racional desses medicamentos para minimizar os impactos negativos da resistência microbiana. É fundamental a conscientização dos profissionais de saúde e da população em geral sobre a importância de utilizar esses fármacos de forma adequada para garantir a eficácia do tratamento e prevenir futuras complicações de saúde.