Líder do MST afirma: “Não nos preocupamos com supermercados, somos maiores que a marca de lácteos Piracanjuba”.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é uma organização que tem impressionantes números de produção. Se o MST fosse uma empresa de leite, seria 50% maior que a líder Piracanjuba e teria o porte de duas Nestlé. Além disso, estaria entre os 30 maiores produtores de arroz no país. O diretor de produção do movimento, Diego Moreira, ressalta que o objetivo principal do MST não é focar nos supermercados, mas sim em combater a fome.

Atualmente, o MST conta com mais de 500 mil famílias assentadas e 60 mil acampadas, o que torna difícil mensurar a quantidade de produção e o faturamento anual da organização. Moreira destaca que o MST não é uma marca ou empresa, e sim diversas cooperativas ligadas aos assentamentos, cada uma com seu próprio faturamento. Um exemplo disso é a cooperativa de leite em São Miguel do Oeste (SC), que possui um alto faturamento e distribui o dinheiro para os sócios.

Em relação à presença dos produtos do MST nos supermercados, Moreira afirma que são reconhecidos, como o arroz orgânico e o leite Terra Viva, e já estão disponíveis nesses estabelecimentos. No entanto, ele enfatiza que estar nos supermercados não é uma condição para a luta do movimento, mas sim uma consequência.

A principal luta do MST é combater a fome no Brasil, tendo em vista que existem 33 milhões de pessoas passando fome e 120 milhões que não se alimentam adequadamente. Para alcançar essa meta, Moreira defende que o governo invista em uma política de abastecimento nacional, assim como subsidia o agronegócio. Ele ressalta que se o MST tivesse o mesmo apoio e subsídio proporcional ao do agronegócio, estaria em uma condição melhor para produzir alimentos orgânicos.

Um ponto de conflito do MST é a ocupação de terras, como no caso da Suzano. Moreira explica que essa ocupação tem como objetivo pressionar para que a Constituição seja cumprida, visando a realização da reforma agrária e a produção de alimentos para matar a fome.

Atualmente, existe uma CPI do MST que visa criminalizar o movimento. No entanto, Moreira acredita que essa CPI também tem o intuito de pressionar o governo para que ele não fortaleça a reforma agrária. Ele destaca que a sociedade já absolveu o MST, independente do relatório ou condenação da CPI, pois reconhecem o trabalho realizado pela organização.

Diego Moreira é o dirigente nacional do MST pelo setor de produção de alimentos orgânicos e sua militância teve início no estado do Paraná, onde é assentado na região norte. Ele destaca a importância da formação de novos quadros para o movimento.

Essa é a realidade e os desafios enfrentados pelo MST, um movimento que busca combater a fome e garantir a reforma agrária no Brasil.

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