Comissão aprova projeto de lei que criminaliza o bullying e implementa medidas para combater a violência nas escolas.

A Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que busca combater o bullying e a intimidação sistemática, especialmente quando praticados pelas redes sociais e meios virtuais. A proposta, que tem como foco a proteção de crianças e adolescentes, também cria a Política Nacional de Prevenção e Proteção ao Abuso e Exploração Sexual da Criança e do Adolescente.

Segundo o texto aprovado, de autoria do deputado Osmar Terra, a intimidação sistemática por meio de ações verbais, morais, sexuais, sociais, psicológicas, físicas ou materiais será considerada crime e punida com pena de dois a quatro anos de reclusão, além de multa. Essa mesma pena será aplicada para o chamado cyberbullying, que compreende a prática de perseguição, humilhação, intimidação, agressão e difamação em redes sociais, aplicativos de mensagens e chats de jogos on-line, comprometendo a integridade física e psicológica de crianças e adolescentes.

Além disso, o projeto propõe alterações no Código Penal para definir como uma forma do crime de estupro virtual de vulnerável aqueles que, por meio de dispositivos informáticos, assediam, instigam ou constrangem menores a se exibirem de forma pornográfica ou sexualmente explícita.

Outra medida prevista na proposta é o aumento progressivo do policiamento ostensivo nos perímetros e imediações escolares como forma de prevenção à violência contra crianças e adolescentes em estabelecimentos educacionais.

No que diz respeito à Política Nacional de Prevenção e Proteção ao Abuso e Exploração Sexual da Criança e do Adolescente, as diretrizes serão elaboradas por meio de uma conferência nacional a ser organizada pelo Congresso Nacional. Um dos principais pontos dessa política é a criação, pelos municípios e pelo Distrito Federal, de um protocolo de segurança escolar em parceria com órgãos de segurança pública, saúde e a comunidade escolar. Essa política terá duração de dez anos, com avaliação periódica a cada três anos.

De acordo com o relator do projeto, deputado Dr. Zacharias Calil, as modificações propostas levam em consideração as particularidades de cada estabelecimento educacional, como localização, infraestrutura e relações com a vizinhança e serviços públicos.

O projeto já foi aprovado pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e agora será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Posteriormente, seguirá para o Plenário da Câmara dos Deputados.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo