CPI das Americanas enfrenta obstáculos para colher depoimentos, às vésperas de prazo final dos trabalhos.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Americanas pode ter seu prazo prorrogado por mais 60 dias, segundo sugestão do deputado João Carlos Bacelar (PL-BA). Essa proposta surgiu diante dos depoimentos adiados e das liminares concedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) aos convocados. Instaurada em 17 de maio, a CPI tem o objetivo de investigar as denúncias de irregularidades contábeis na empresa e tem um prazo inicial de 120 dias para concluir os trabalhos, que se encerra em 14 de setembro.

Durante a reunião desta terça-feira (29), o ex-diretor financeiro da Americanas, Marcelo da Silva Nunes, compareceu, porém, amparado por um habeas corpus concedido pelo STF, preferiu ficar em silêncio. Já a outra convocada, a ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali, pediu o adiamento do seu depoimento.

Para fornecer uma melhor compreensão sobre as punições em casos de fraudes contábeis em companhias abertas, a CPI ouviu o professor de Direito Penal da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcelo Costenaro Cavali. Durante seu depoimento, Cavali destacou a importância das empresas que negociam na bolsa de valores seguirem os princípios da transparência de informações.

É importante ressaltar que em janeiro deste ano, o mercado financeiro divulgou inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões na Americanas, o que levou o Ministério Público a iniciar uma investigação. Essa investigação aponta para a prática do crime de insider trading, ou seja, o uso de informações privilegiadas para obter lucros no mercado financeiro. Além disso, há indícios de outros crimes, como infidelidade patrimonial e gestão fraudulenta.

Além da CPI da Americanas, também ocorreu uma reunião da CPI do MST, que teve como objetivo a votação de requerimentos. No entanto, diversos pedidos não foram analisados devido aos debates acalorados entre governo e oposição. O presidente da CPI, deputado Zucco (Republicanos-RS), destacou que, com a proximidade do término da CPI, a oposição está concentrada na elaboração do relatório final.

Por sua vez, o deputado Nilto Tatto (PT-SP) criticou a conduta da CPI, alegando irregularidades regimentais e o risco de finalizar os trabalhos sem a aprovação de um relatório.

É importante ressaltar que todas as informações aqui mencionadas são provenientes do conteúdo divulgado.

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