Em julho, o setor de máquinas e equipamentos sofreu mais uma queda, impactado pela pandemia e pela instabilidade econômica.

No mês de julho, o setor de máquinas e equipamentos registrou uma queda em sua receita líquida total de vendas, que totalizou R$ 23,7 bilhões. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), os dados divulgados nesta quarta-feira (30) mostram que a receita líquida de vendas do setor teve um recuo de 10,5% em relação ao mesmo mês do ano passado e uma queda de 4,6% em relação a junho. Essa situação de declínio vem ocorrendo desde 2022.

Segundo a Abimaq, a piora nas atividades do mercado doméstico é um dos principais fatores para essa queda na receita. A instabilidade econômica enfrentada pelo país tem impactado diretamente a indústria de máquinas e equipamentos, que vem observando uma redução nas vendas e na demanda por seus produtos.

Além disso, o setor também tem enfrentado dificuldades na concorrência com produtos importados. As importações de máquinas e equipamentos apresentaram um crescimento de 15,8% em relação a julho de 2022, totalizando US$ 2,29 bilhões. No acumulado do ano, as importações superaram as do mesmo período de 2022 em 14,3%, atingindo US$ 15,6 bilhões. Isso representa 40% do total de máquinas consumidas no país.

Esses dados evidenciam uma perda de competitividade da indústria local frente aos bens importados. A Abimaq alerta para a relativa queda de competitividade da indústria nacional e destaca a necessidade de medidas para fortalecer o setor e incentivar a produção local.

Essa situação tem reflexos diretos no mercado de trabalho. O número de pessoas ocupadas na indústria brasileira de máquinas e equipamentos registrou uma redução de 0,9% em relação a julho de 2022, totalizando 392.752 trabalhadores no setor. Essa queda no emprego é mais uma preocupação para o setor, que tem buscado alternativas para estimular a contratação e a retomada do crescimento.

Diante desse cenário, a Abimaq revela que mantém as projeções de fechamento para o ano de uma queda de 3,4% na receita líquida de vendas. Porém, há a possibilidade de uma revisão para baixo, ampliando o recuo para algo mais próximo dos 10%. Essa situação evidencia a necessidade de ações e políticas públicas que visem fortalecer a indústria nacional de máquinas e equipamentos e reverter a atual tendência de queda nas vendas e no emprego.

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