Gálvez, opositora, mira rival em disputa pela Presidência do México em declarações contundentes.

Durante uma entrevista à AFP, a candidata da oposição Xóchitl Gálvez fez duras críticas à sua mais provável adversária na disputa pela Presidência do México em 2024, Claudia Sheinbaum. Gálvez acusou Sheinbaum e o atual presidente, López Obrador, de continuísmo e afirmou que a campanha será “de contrastes”.

Xóchitl Gálvez, senadora de 60 anos e empresária de origem indígena, foi escolhida como candidata de uma coalizão que inclui o conservador PAN e o ex-hegemônico PRI. Ela destacou suas diferenças em relação a Sheinbaum e López Obrador, afirmando que não pretende apostar nos combustíveis fósseis, na militarização do país e em um sistema de saúde colapsado.

Sheinbaum, uma física de 61 anos, lidera as pesquisas para ser escolhida como candidata da situação. Se eleita, seria a primeira mulher presidente do México. Gálvez destacou as diferenças entre ela e Sheinbaum, afirmando que os engenheiros são mais práticos e concretos do que os cientistas.

A senadora alfinetou Sheinbaum fazendo referência ao acidente do metrô que ocorreu em 2021, quando a candidata da situação era chefe de governo na Cidade do México. Gálvez afirmou que debaterá o assunto com Claudia.

Gálvez declarou-se independente dos três partidos que a apoiam e criticou a interferência de López Obrador na sua campanha, afirmando que não quer enfrentar o presidente e sua possível adversária ao mesmo tempo, pois seria uma disputa desigual.

A candidata ressaltou que mantém os programas sociais do governo atual, mas criticou a política de López Obrador para as comunidades indígenas. Ela prometeu que, se eleita, não haverá retrocesso nos direitos conquistados pela comunidade LGBTQ+ e pelas mulheres.

Xóchitl Gálvez definiu-se como um “personagem estranho” e ressaltou a importância de resolver os problemas das pessoas, independentemente de ser de esquerda ou direita. Ela destacou que gosta do liberalismo empresarial do PAN, o sonho de justiça social do PRD e as instituições deixadas pelo PRI.

A oposição no México estava indefinida antes da entrada de Gálvez na disputa eleitoral. As eleições gerais, que incluirão a escolha do presidente, serão realizadas em junho do próximo ano. Além da Presidência, também serão renovadas as duas câmaras do Congresso e nove governos estaduais.

Gálvez prometeu enfrentar a insegurança no país e afirmou que não haverá “abraços em delinquentes”, contrariando a frase famosa de López Obrador. Ela ainda não divulgou sua estratégia para lidar com esse problema.

Apesar das críticas e das diferenças em relação a Sheinbaum, Xóchitl Gálvez ainda tem um longo caminho a percorrer. Segundo pesquisas, Sheinbaum lidera as preferências do eleitorado, com 46% das intenções de voto, contra 37% para Gálvez. A disputa promete ser acirrada e repleta de contrastes.

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