Conheça os cuidados e saiba como equilibrar o uso entre leitura física e digital. Especialistas explicam suas vantagens e desvantagens.

A leitura é uma atividade presente no dia a dia de muitas pessoas ao redor do mundo, seja para estudo ou trabalho. Ela é considerada uma aliada na absorção de conhecimento e no cumprimento de tarefas. A versatilidade dos formatos de leitura, físico ou digital, oferece praticidade e escolha adequada para cada momento, mas também pode gerar dúvidas em relação à saúde e ao aprendizado.

Para esclarecer essa questão, a reportagem da Folha de Pernambuco entrevistou especialistas e ouviu pessoas que têm o hábito da leitura. A professora e neurocientista Regiane Melo destacou as principais vantagens de cada formato, defendendo ambos. Segundo ela, estudos em neurociência mostram que é recomendado buscar um equilíbrio entre a leitura digital e a leitura física. A leitura digital oferece benefícios como acesso a uma variedade de materiais, facilidade de transporte e recursos interativos. Já a leitura física proporciona a sensação tátil do livro, a possibilidade de marcar páginas e a menor exposição à luz azul dos dispositivos eletrônicos, que pode afetar o sono e a saúde ocular.

A professora enfatizou que a leitura física promove uma compreensão mais profunda, retenção de informações e memorização, enquanto a leitura digital é mais eficiente para busca rápida de informações ou leitura rápida de artigos e pesquisas. No entanto, não há comprovação científica de que um modelo seja superior ao outro em relação à aprendizagem.

No que diz respeito à saúde ocular, a oftalmologista Catarina Ventura esclareceu que não há diferença física entre ler em telas ou em livros físicos, mas ressaltou que a leitura em telas pode ser mais desgastante cognitiva e fisicamente. A luz emitida pelos dispositivos pode forçar os olhos e causar sintomas como dores de cabeça e visão embaçada. O uso excessivo de dispositivos eletrônicos também pode causar danos à saúde da visão, como coceira, olho seco e sensibilidade à luz.

Para evitar problemas de saúde durante a leitura, a especialista recomenda fazer pausas frequentes, piscar os olhos, afastar a tela dos olhos e usar colírio lubrificante. É importante também ajustar a luminosidade e o tamanho das letras.

Pessoas entrevistadas pela reportagem compartilharam suas experiências de leitura. Joyce Rodrigues Viana, coordenadora de conteúdo, prefere o formato digital pela praticidade, mas também compra edições físicas dos seus livros favoritos para reler e marcar trechos. Ela cuida da saúde ocular evitando luz baixa, pausas frequentes e papel branco. Mariana Clara de Brito Araújo, museóloga, lê pelo menos dois livros por mês e opta pelo formato digital em casa, por segurança, mas leva livros físicos para ler no ônibus. Ela acredita que o livro físico proporciona uma experiência sensorial melhor.

O autor da coluna Papo de Primeira na Folha de Pernambuco, Rogério Morais, também é adepto da leitura e prefere livros técnicos de políticas públicas e educação. Ele destaca a importância da leitura tanto profissionalmente quanto pessoalmente, e compartilha histórias com sua filha de três anos.

Em suma, tanto a leitura física quanto a digital possuem vantagens e cuidados específicos com a saúde. Não há um modelo superior ao outro em termos de aprendizado, e cada pessoa pode escolher o formato que mais se adequa às suas preferências e necessidades.

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