Deputados defendem lei para definir critérios de renovação das concessões de distribuidoras de energia elétrica

Deputados defendem critérios definidos em lei para prorrogação das concessões de distribuidoras de energia elétrica. Um projeto de lei está sendo elaborado pelo deputado João Carlos Bacelar (PL-BA), relator do assunto na Subcomissão Especial de Hidrogênio Verde e Concessões de Distribuição. Essa subcomissão, vinculada à Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, está sob a presidência do deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) e deve concluir seus trabalhos em novembro.

Na última quarta-feira (29), representantes de empresas do setor e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foram convidados para debater a renovação das concessões no colegiado. O foco da discussão é a prorrogação dos contratos de 20 distribuidoras que foram privatizadas na década de 1990 e que têm um prazo de concessão de 30 anos que chegará ao fim entre os anos de 2025 e 2031. Essas distribuidoras atendem a 55,6 milhões de unidades consumidoras no Brasil.

Os novos contratos, que deverão ter duração de mais 30 anos, estão sendo discutidos pelo Ministério de Minas e Energia em conjunto com o Tribunal de Contas da União (TCU). A possibilidade de prorrogação das concessões está prevista em lei. As empresas que não desejarem renovar seus contratos poderão devolvê-los e estes serão submetidos a um processo de licitação.

O deputado Bacelar critica o fato de as regras para as prorrogações contratuais estarem sendo definidas entre o governo e o TCU, sem a participação do Congresso. Ele acredita que essas regras devem ser estabelecidas pelo Legislativo. Outros parlamentares também defendem a regulamentação por lei das futuras concessões de distribuição.

Durante o debate, houve divergência entre os participantes quanto à prorrogação ou não dos atuais contratos. O representante da OAB/RJ, João Paulo Ribeiro, destacou a importância de se discutir o assunto no Congresso para trazer maior legitimidade jurídica ao processo. Ele defende que a prorrogação seja estudada caso a caso, levando em consideração as particularidades de cada empresa.

Por outro lado, o diretor-executivo de regulação da Abradee, Ricardo Brandão, afirmou que a prorrogação dos contratos beneficia o consumidor. Segundo ele, as empresas têm trabalhado para melhorar o serviço, reduzido os índices de reclamação e investido em áreas sociais. Ele também ressaltou que a parcela da distribuição na tarifa de energia é a única que sobe abaixo da inflação, ajudando a reduzir o crescimento das tarifas.

Os novos contratos em discussão também devem adotar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) como indexador dos reajustes anuais, substituindo o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), que é mais sensível a variações do câmbio.

Diante dessas discussões, a subcomissão pretende aprofundar o debate sobre a prorrogação das concessões e convidar o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para participar das discussões. A expectativa é que um projeto de lei seja elaborado para definir os critérios e diretrizes para as futuras concessões de distribuição de energia elétrica no país.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo