Servidores da Abin são demitidos por uso indevido de sistema de geolocalização e participação em empresa privada.

A Casa Civil da Presidência da República anunciou, na noite desta sexta-feira (20), a demissão de dois servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Eduardo Izycki e Rodrigo Colli. A decisão foi revelada em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU) assinada pelo ministro Rui Costa.

A demissão dos servidores ocorreu após a deflagração da Operação Última Milha pela Polícia Federal na manhã do mesmo dia. A operação teve como objetivo investigar o uso indevido de um sistema de geolocalização de dispositivos móveis, sem autorização judicial, pelos dois funcionários da Abin. Ambos foram presos durante a operação, que incluiu o cumprimento de 25 mandados de busca e apreensão em diferentes estados. As medidas judiciais foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com a Polícia Federal, o sistema de geolocalização utilizado pela Abin é um software intrusivo na infraestrutura crítica de telefonia brasileira. A rede de telefonia teria sido invadida várias vezes com o uso do serviço adquirido com recursos públicos. Além do uso indevido do sistema para espionar ilegalmente autoridades e jornalistas, também está sendo apurada a possível atuação dos dois servidores da Abin, que teriam utilizado o conhecimento sobre o uso indevido do programa como uma forma de coerção indireta para evitar a demissão.

Na justificativa para a demissão, a Casa Civil informou que, apesar de ocuparem o cargo público de oficial de inteligência da Abin, Izycki e Colli participaram como sócios representantes da empresa ICCIBER/CERBERO, de um pregão aberto pelo Comando de Defesa Cibernética do Exército Brasileiro. O pregão tinha como objetivo a aquisição de uma solução de exploração cibernética capaz de coletar dados de diversas fontes da internet.

Com essa conduta, os servidores incorreram em infrações administrativas que incluem participação em administração e gerência de empresa privada, conflito de interesses e descumprimento do regime de dedicação exclusiva à Abin, de acordo com a nota da Casa Civil.

É importante ressaltar que as informações acima foram baseadas na nota oficial divulgada pela Casa Civil da Presidência da República e não incluem a opinião do jornalista em questão. É responsabilidade do jornalista apurar os fatos, ouvir diferentes fontes e apresentar informações imparciais e de qualidade para o leitor.

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