Dessa forma, as instituições de ajuda humanitária na região têm apelado para que Israel permita a entrada de combustível para a região, pois o fornecimento de água é essencial para o funcionamento dos equipamentos de dessalinização, hospitais, padarias e para o transporte interno. Além disso, a linha de abastecimento da cidade de Khan Yunis, que parou de funcionar no dia 30 de outubro, ainda não foi restabelecida, afirma o Ocha.
Com isso, os parceiros da entidade da ONU responsável pelo monitoramento do acesso à água na Faixa de Gaza estimam que o consumo de água tenha caído de 25 para apenas cinco litros por dia por pessoa. A maioria das pessoas na região depende do transporte de água e do fornecimento de água engarrafada como forma de assistência.
Nesta quinta-feira (2), três caminhões de ajuda humanitária cruzaram a fronteira com o Egito com cerca de 100 mil litros de água, quantidade que consegue suprir as necessidades de aproximadamente 20 mil pessoas em um dia. Porém, isso ainda é insuficiente para atender a demanda.
Enquanto isso, a embaixada de Israel no Brasil afirmou, em comunicado divulgado essa semana, que não há falta de água em Gaza e que Israel continua fornecendo água aos palestinos sitiados no enclave, apesar das ações do Hamas. Segundo a embaixada, o Hamas possui cerca de 1 milhão de litros de combustível, porém está se recusando a distribuí-lo para as instalações necessitadas.
Porém, especialistas ligados às Nações Unidas estão alertando para o grave risco de genocídio na Faixa de Gaza devido à escassez de alimentos, combustível, água potável e remédios. A porta-voz da Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA), Juliette Touma, afirmou que a água está sendo usada como uma arma de guerra.
Os brasileiros em Gaza têm relatado dificuldades em encontrar água potável na região. Além disso, o palestino Rafif Abu Ziyada, de nove anos, afirmou em entrevista à agência Reuters que está bebendo água suja e sofrendo com dores de estômago e cabeça devido à falta de recursos básicos como água e gás de cozinha.
Diante dessa situação delicada, é necessário que medidas sejam tomadas para garantir o abastecimento de água potável para a população de Gaza, evitando ainda mais sofrimento e consequências graves para a saúde da população.