Ex-ditador guineense Moussa Dadis Camara é recapturado em operação armada após ser retirado da prisão.

O ex-ditador guineense, Moussa Dadis Camara, foi recapturado no último sábado, após ser retirado da prisão em uma operação realizada por homens armados. A notícia foi anunciada pelas forças armadas do país da África Ocidental, bem como por um dos advogados de Camara.

O chefe da Direção de Informação das Forças Armadas, Ansouma Toumany Camara, informou à AFP que o capitão Moussa Dadis Camara foi encontrado são e salvo e reconduzido à prisão, mas não deu mais detalhes sobre as circunstâncias da captura. Já um dos advogados de Camara, Jocamey Haba, confirmou que seu cliente estava novamente em uma cela.

Dadis Camara enfrentava um processo por um massacre ocorrido em 2009, durante seu governo, juntamente com outros oficiais. Segundo o ministro da Justiça, Alphonse Charles Wright, um grupo de homens armados invadiu a prisão na madrugada de sábado e conseguiu retirar Dadis Camara e outros três presos. Os advogados do ex-ditador afirmaram que todos foram retirados de suas celas contra sua vontade e não se tratava de uma fuga.

Após os disparos da operação de comando, surgiram temores de um golpe de Estado, porém, o Estado-Maior do Exército declarou rapidamente sua lealdade ao governo atual e pediu calma à população. Atualmente, apenas o coronel Claude Pivi continua desaparecido e está sendo ativamente procurado pelas forças de segurança, informou o ministro.

Dadis Camara é acusado de diversos crimes, como assassinato, tortura, estupro e sequestro, durante a repressão a uma manifestação da oposição nos subúrbios de Conacri, em 28 de setembro de 2009. De acordo com um relatório da comissão de investigação da ONU, mais de 156 pessoas morreram, centenas ficaram feridas e pelo menos 109 mulheres foram estupradas durante a ação das forças de segurança.

A Guiné é um país com uma história tumultuada desde sua independência da França, em 1958. Atualmente, está sob o comando do coronel Mamady Doumbouya, que assumiu o poder em setembro de 2021 após derrubar o então presidente Alpha Condé.

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