O impacto das redes sociais na saúde mental: o que revela um recente estudo da Universidade de Durham.

As redes sociais se tornaram uma ferramenta onipresente, afetando aspectos fundamentais da sociedade moderna. Essas plataformas proporcionam um conector global e uma maneira de manter contato com amigos e familiares, mas também podem ter consequências negativas para a saúde mental e o bem-estar das pessoas. Essa dualidade das redes sociais foi explorada por um recente estudo da Universidade de Durham, na Inglaterra, que investigou os efeitos de uma semana de abstinência total das redes sociais em jovens entre 18 e 25 anos.

Em um artigo publicado na revista PLoS, os pesquisadores relataram que, embora a abstinência tenha reduzido emoções negativas e tédio, ela também diminuiu a satisfação geral com a vida. Segundo Niklas Ihssen, um dos autores do estudo, as redes sociais oferecem recompensas sociais poderosas, e a sua restrição pode levar a uma redução nas emoções positivas.

A pesquisa envolveu estudantes universitários, que tiveram que parar de usar as redes sociais por uma semana. Durante esse período, eles relataram uma redução significativa no uso das redes sociais, mas 86% deles tiveram uma recaída e acessaram as plataformas antes do período previsto. Além disso, os pesquisadores descobriram que os participantes substituíram o tempo gasto nas redes sociais por outras atividades, como videogames e compras online.

Esses resultados levantam questões importantes sobre a relação das pessoas com as redes sociais e como o uso dessas plataformas pode afetar seu bem-estar. Por um lado, a descoberta de que a abstinência das redes sociais não produziu sintomas semelhantes aos da abstinência de drogas sugere que as redes sociais não devem ser consideradas viciantes da mesma forma que as substâncias químicas.

Por outro lado, a constatação de que os participantes da pesquisa reduziram significativamente o uso das redes sociais sem sofrer efeitos negativos adversos sugere que a desconexão pode ser benéfica quando feita de maneira controlada. A redução do tempo gasto nas redes sociais pode ser um sinal de que os usuários estão buscando um equilíbrio saudável entre o mundo online e offline.

Apesar disso, os pesquisadores alertaram que a restrição do uso das redes sociais não deve ser vista como uma solução definitiva, e que estratégias de desconexão precisam de acompanhamento e tempo para garantir sua eficácia a longo prazo. Além disso, outros especialistas destacaram que o uso abusivo das redes sociais não deve ser diretamente associado a problemas de saúde mental, mas é aconselhável minimizar os impactos negativos do seu uso.

Em meio a essas discussões, a empresa Meta, proprietária do Instagram e do Facebook, enfrenta uma ação coletiva nos Estados Unidos, acusada de promover conscientemente o uso viciante e compulsivo das redes sociais entre crianças e adolescentes. Essa questão destaca a importância de compreender a influência das redes sociais na vida das pessoas e de desenvolver estratégias saudáveis para o uso dessas plataformas. O estudo da Universidade de Durham é um passo importante nesse sentido, ao lançar luz sobre os efeitos da abstinência das redes sociais e abrir espaço para uma discussão mais ampla sobre esse tema.

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