Holandeses vão às urnas em eleições legislativas após a renúncia de Mark Rutte, com futuro político incerto.

Os holandeses foram às urnas nesta quarta-feira (22) para eleições legislativas após a renúncia do primeiro-ministro Mark Rutte, que ocupou o cargo por um recorde de 13 anos. Os locais de votação abriram às 7H30 e a jornada eleitoral prosseguiu até às 21H00, horário em que foram anunciadas as primeiras pesquisas de boca de urna.

Durante semanas, as pesquisas apontaram uma disputa acirrada entre três candidatos, mas nos últimos dias de campanha, a extrema-direita registrou um avanço. A Europa esteve atenta a essas eleições antecipadas, já que Rutte desempenhou um papel importante em vários temas, desde o resgate da zona do euro até a guerra na Ucrânia.

Dilan Yesilgoz, do Partido Popular para a Liberdade e Democracia (VVD, centro-direita) de Mark Rutte, pode tornar-se a primeira mulher a assumir o posto de chefe de Governo. “Chegou a hora”, declarou à AFP. Frans Timmermans, ex-comissário europeu, lidera uma aliança entre trabalhistas e o Partido Verde, recuperando algum apoio pouco antes da votação, segundo as pesquisas.

Analistas acreditam que os eleitores de esquerda votariam no Timmermans para tentar impedir uma coalizão de direita, após o avanço da legenda de extrema-direita Partido Pela Liberdade (PVV), de Geert Wilders. Yesilgoz, 46 anos, que nasceu na Turquia, poderia surpreender ao afirmar que estava aberta a uma possível coalizão com o PVV. Wilders, por sua vez, tentou polir sua imagem recentemente e suavizou algumas de suas posições mais extremas.

O novo partido, o Novo Contrato Social (NSC), do carismático e iconoclasta Pieter Omtzigt, registrou uma leve queda após o rápido avanço nas pesquisas posterior à fundação da legenda em agosto. O deputado afirmou diversas vezes que não deseja assumir o cargo de primeiro-ministro, o que gerou dúvidas entre os eleitores.

Os principais temas de campanha incluíram imigração, custo de vida e a crise da habitação, além do próprio recorde de longevidade no poder de Rutte. Nenhum partido parece ter condições de superar 20% dos votos em um sistema político fragmentado. A formação do último governo exigiu o recorde de 271 dias, e agora, tudo ainda pode acontecer. O clima pós-eleitoral é de total incerteza, e julgamentos sobre o resultado final são precipitados.

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