Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência aprova projeto para processo penal a estelionato contra autistas.

A Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados aprovou um projeto que autoriza o Ministério Público a iniciar processo penal nos casos de estelionato praticado contra pessoas com transtorno do espectro autista (TEA). Atualmente, somente a vítima pode solicitar o início do processo judicial contra estelionato, o que é chamado de ação penal pública condicionada. No entanto, o projeto aprovado altera o Código Penal, incluindo pessoas com autismo na lista de exceções em que o Ministério Público pode iniciar a ação.

A relatora do projeto, deputada Rosângela Moro, recomendou a aprovação da proposta. Segundo ela, a medida garantirá a proatividade do Estado na proteção dos interesses das pessoas com TEA, diminuindo a probabilidade de impunidade. A deputada ressaltou que as pessoas com TEA podem ter dificuldades em se expressar, comunicar-se de forma eficaz ou compreender plenamente o processo legal, o que pode dificultar a busca pela justiça e a representação adequada em casos de estelionato. Portanto, a ação penal pública incondicionada beneficiaria diretamente essa população.

O Projeto de Lei 4042/23, de autoria do deputado Cabo Gilberto Silva, tem como objetivo incluir as pessoas com autismo na lista de exceções em que o Ministério Público pode iniciar a ação penal. O texto agora será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania em caráter conclusivo, ou seja, será votado apenas pelas comissões designadas para analisá-lo, dispensada a deliberação do Plenário. A decisão final sobre o projeto será tomada com base na análise dessa comissão.

Além disso, o site da Câmara dos Deputados disponibiliza um infográfico sobre o transtorno do autismo, que fornece informações detalhadas sobre o tema. A autoria da reportagem é de Emanuelle Brasil, com edição de Natalia Doederlein.

Esse projeto representa um avanço significativo na proteção dos direitos das pessoas com TEA, garantindo que elas tenham o respaldo do Estado em casos de estelionato. A medida reflete a preocupação do Legislativo em incluir e proteger todos os cidadãos, independentemente de suas condições. O projeto agora aguarda sua tramitação final, onde será discutido e votado antes de se tornar lei.

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