Harris descreveu a situação no local como uma “tragédia” e destacou que as necessidades de saúde são urgentes, devido à situação precária enfrentada pelos habitantes. Segundo ela, os abrigos da ONU em Gaza não possuem remédios, vacinas, atividades, acesso à água potável e higiene, além de alimentos.
A avaliação feita na sexta-feira revelou que os locais estão propícios para o surgimento de doenças infecciosas, especialmente relacionadas à contaminação de água e alimentos. Harris citou dados da ONU, afirmando que o número de casos de diarreia em crianças com menos de 5 anos é 100 vezes maior do que no início do mês.
Mesmo antes do início do conflito atual, a Faixa de Gaza já enfrentava sérios problemas de saneamento. O relatório do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU, datado de 2018, advertiu sobre o risco de epidemias de doenças ligadas à água e alimentos contaminados.
A destruição da infraestrutura local, incluindo a paralisação de usinas de dessalinização, tornou a obtenção de água um desafio. Os hospitais e clínicas também foram diretamente afetados pelos ataques de Israel, pondo em risco a vida de centenas de pessoas. A resposta a um possível aumento de casos de doenças infecciosas é considerada insuficiente diante dos desafios enfrentados pela população e pelas equipes que trabalham no terreno.
Diante desse cenário, a OMS defende uma extensão ainda maior da trégua, consoante com as palavras do diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom. Ele destacou que um cessar-fogo prolongado é a única resposta, ressaltando que o reinício das operações militares resultará em mais mortes, sofrimento e desespero.
A situação precária em Gaza é uma questão humanitária de extrema urgência, que exige uma resposta imediata e eficaz por parte da comunidade internacional. O aumento da ajuda humanitária e a prorrogação da trégua são passos fundamentais para amenizar o sofrimento da população e evitar uma crise de saúde ainda mais devastadora.