Aprovada proposta que aumenta pena para discriminação de pessoas com TEA, TDAH e visão monocular.

A Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados aprovou uma importante proposta que é capaz de impactar significativamente as penas de quem praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa com transtorno do espectro autista (TEA), transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) ou visão monocular. Esta aprovação ocorreu em reunião realizada nesta quarta-feira (04/01/2024), e contou com o relato de Sargento Portugal, responsável pelo texto.

A proposta aprovada eleva a pena de quem cometer tais atos em um terço, além de acrescentar tal medida ao Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/15). Atualmente, a pena geral para casos de discriminação em razão de deficiência é reclusão de um a três anos e multa. No entanto, com a nova proposta, haverá um aumento considerável nessa pena quando se tratar de vítimas com TEA, TDAH ou visão monocular.

O texto aprovado é resultado de um substitutivo apresentado pelo relator, deputado Sargento Portugal (Podemos-RJ), aos projetos de lei 1600/23, do deputado Bruno Farias (Avante-MG), e 4203/23, do deputado Mario Frias (PL-SP). O substitutivo reúne os conteúdos das propostas iniciais e amplia a medida, abrangendo também os transtornos de TDAH e visão monocular.

O deputado Sargento Portugal ressaltou a importância de incluir no texto outros transtornos, pois acredita que o aumento da pena pode desencorajar agressores. Ele destacou que o TEA é um transtorno neurobiológico que afeta a comunicação, o comportamento e interação social, tornando as vítimas mais vulneráveis e com dificuldades em se proteger ou relatar abusos, conforme ele especificou sobre o autismo.

Além disso, a proposta de aumento de pena em casos de discriminação praticada por professores enquanto exercem sua função também foi abordada. Sargento Portugal avaliou que o aumento da violência psicológica dentro da sala de aula justifica medidas mais rígidas para coibir e inibir a discriminação.

Por fim, os projetos ainda serão analisados pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania antes de serem votados pelo Plenário. Esta etapa visa garantir que as propostas sejam compatíveis com a legislação vigente e atendam aos requisitos legais para sua aprovação. Assim, a proposta ainda está em fase de tramitação e gera expectativas para possíveis mudanças na legislação brasileira em relação a esse tema.

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