Comissão aprova projeto que prevê pensão compensatória após divórcio ou fim de união estável no Código Civil.

Na última quarta-feira, dia 15 de janeiro de 2024, a Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que visa incluir no Código Civil a possibilidade de o juiz fixar pensão para compensar a queda econômica no padrão de vida após divórcio ou fim de união estável. O projeto foi aprovado em novembro do ano passado e agora segue para novas etapas de análise no Congresso.

O relator da proposta, deputado Pastor Henrique Vieira, destacou que essa pensão, denominada como “alimentos compensatórios”, seria diferente da pensão alimentícia já prevista na lei atual. Enquanto a pensão alimentícia tem a finalidade de garantir o sustento daquele que não consegue fazê-lo pelos próprios meios, os “alimentos compensatórios” têm natureza indenizatória e visam reparar a perda do poder aquisitivo com o fim da vida em comum.

O relator ressalta ainda que a dedicação à família e à criação dos filhos muitas vezes requer que um dos cônjuges, em geral a mulher, abra mão de oportunidades profissionais, o que dificulta sua posterior inserção no mercado de trabalho. Por essa razão, argumenta o deputado, é necessário estabelecer a pensão compensatória para equilibrar a situação econômica pós-divórcio.

O projeto aprovado é um substitutivo do relator ao Projeto de Lei 48/23, do deputado Marangoni, e inclui critérios para orientar o juiz na fixação da pensão, levando em consideração a duração da sociedade conjugal ou da união estável, a situação patrimonial dos cônjuges ao início e ao fim do relacionamento, a idade e o estado de saúde de ambos, entre outros aspectos.

Apesar da aprovação na Comissão de Previdência, o projeto ainda precisa passar pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de seguir para apreciação do Plenário. A proposta já conta com o apoio de muitos deputados, mas enfrenta resistência de alguns setores da sociedade, que alegam possíveis impactos negativos nas finanças individuais e familiar.

A aprovação desse projeto representaria uma importante evolução na legislação brasileira em relação aos direitos familiares e poderia trazer impactos significativos nas decisões judiciais relacionadas ao divórcio e à dissolução de uniões estáveis no país. Acompanharemos de perto os próximos passos desse projeto e os possíveis desdobramentos que ele poderá causar na sociedade brasileira.

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