Os centros de distribuição e agências dos Correios estão abarrotados de encomendas decorrentes de compras feitas pela internet. Há correspondências ainda hoje, mas no lugar das declarações de amor e fotografias, o grande volume entregue atualmente é composto de cobranças, cartões de bancos, multas de trânsito e outras cartas registradas.
O carteiro Antônio Edson Lucas Vieira, de Brasília, percorre a pé quase 10 quilômetros das ruas da área central da cidade para entregar cartas comerciais, carregando até oito quilos em sua bolsa. Apesar dos desafios, Antônio se sente reconhecido pela população e afirma que vale a pena ser um carteiro.
Por outro lado, a carteira Márcia da Silva Bezerra Costa, de Samambaia Sul, percorre de bicicleta dezenas de ruas. Durante os 10 anos de carreira, ela é popular entre os moradores da região, frequentemente recebendo convites para lanchar, tomar um café ou um refresco.
Apesar da queda no volume de correspondências, devido ao advento da comunicação eletrônica, a carteira Márcia sente que os carteiros são ainda mais esperados pelos moradores nos dias de hoje, devido à grande quantidade de compras feitas pela internet.
Além disso, os carteiros têm outras atribuições importantes, como a entrega de brinquedos doados na Campanha Papai Noel dos Correios. Atualmente, cerca de 46 mil carteiros estão presentes em todo o Brasil e são responsáveis pelo trânsito e entrega de bilhões de encomendas e correspondências.
No dia 25 de janeiro, os carteiros receberam um reajuste salarial de até 11,47%, fruto de um acordo coletivo. O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, destaca que a atual gestão valoriza o quadro de profissionais da estatal e retomou o diálogo com os trabalhadores. Além disso, o governo federal destinou R$ 856 milhões para construção de complexos operacionais e modernização de sistemas automatizados de triagem em diversos pontos do Brasil até 2026.
