Outro dado preocupante é que 11.133 dos casos registrados foram praticados contra vulneráveis. No entanto, a SSP destaca que o aumento dos registros desse tipo de crime está ligado ao aumento no número de notificações, o que mostra que as mulheres estão mais conscientes sobre a efetividade de denunciar os agressores. Rafael Alcadipani, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, aponta que há falta de políticas públicas para combater este tipo de crime, questionando o que foi implementado em São Paulo para enfrentar a violência contra mulheres e vulneráveis. Alcadipani ressalta que é necessária uma abordagem mais eficaz para lidar com a situação e evitar a subnotificação desses crimes.
No entanto, um dado positivo foi o registro da menor taxa de homicídios dolosos desde 2001, com 2.606 casos em 2023, contra 2.909 em 2022. A SSP destaca que as reduções consecutivas são resultado das políticas criadas pela gestão para combater este tipo de delito, como o Sistema de Informação e Prevenção aos Crimes Contra a Vida (SPVida), que automatiza os dados e auxilia as polícias a analisarem a dinâmica criminal dos crimes contra vida.
Alcadipani atribui o bom resultado à estruturação das delegacias de homicídios e à eficiência da Polícia Civil, ressaltando também que a dinâmica do crime organizado no estado tem influência nos números de homicídios dolosos. Além disso, os dados da SSP mostram um aumento nos casos de tentativa de homicídio e de lesão corporal dolosa em 2023 em comparação a 2022.