De acordo com o chefe do Departamento de Atendimento de Institucional do BC, Carlos Eduardo Gomes, a ação dos golpistas envolve uma variedade de técnicas, mas o procedimento em si não varia muito. Os criminosos simulam consultas em sites e aplicativos falsos, que não estão ligados à autoridade monetária. A falsa consulta acaba mostrando valores altos, entre R$ 1 mil e R$ 3 mil, a receber.
Após a simulação, os fraudadores orientam as vítimas a clicar em um link falso e a pagar entre R$ 45 e R$ 90 para liberarem o suposto valor esquecido. Após o pagamento, os criminosos desaparecem e a vítima perde o dinheiro. Gomes ressalta que, apesar de uma transferência de menos de R$ 100 não parecer significativa, pode provocar prejuízos consideráveis para quem ganha pouco.
Apesar de não fornecer estatísticas, o Banco Central informou que o volume de denúncias nos canais de atendimento do BC, como o Sistema Fale Conosco e o telefone 145, aumentou consideravelmente nas últimas semanas, atingindo um pico entre a última semana de dezembro e a segunda semana de janeiro.
Gomes enfatizou que as tecnologias utilizadas pelos criminosos estão evoluindo constantemente. Além dos falsos e-mails, as falsas mensagens de WhatsApp com consultas facilitadas de valores a receber, e vídeos feitos com inteligência artificial, têm sido utilizados para ludibriar as vítimas.
O BC ressaltou que a engenharia social é o principal método utilizado pelos golpistas, onde as próprias vítimas acabam fornecendo dados pessoais e confidenciais. Apesar disso, o banco destacou que os sistemas de segurança da autoridade monetária e dos bancos não são violados.
Neste sentido, o BC orienta as vítimas a procurar o banco ou a operadora do cartão de crédito para denunciar o golpe e solicitar o estorno do valor. No caso de aplicativos falsos, a recomendação é registrar uma reclamação contra a desenvolvedora da ferramenta no Procon. Se o golpe se concretizou, a vítima deve ir a uma delegacia.
O BC alertou que muitos brasileiros ainda não sacaram R$ 7,51 bilhões do Sistema de Valores a Receber até o fim de novembro. Gomes ressaltou que o golpe se aproveita do alto valor não retirado e da possibilidade de receber um dinheiro não esperado, fazendo com que muitas pessoas acabem caindo no golpe. Ele comparou a situação com o antigo golpe do bilhete premiado, onde o criminoso convencia a vítima a comprar um bilhete que supostamente dava direito a um prêmio inexistente.
Portanto, é importante que as pessoas estejam atentas a qualquer tentativa de golpe e procurem os órgãos competentes em caso de suspeita. O Banco Central tem trabalhado para alertar e orientar os cidadãos sobre essas práticas fraudulentas. A conscientização e a divulgação de informações sobre o tema são fundamentais para combater essa forma de crime virtual.
