Disparo à queima-roupa na Maré: Ministra Anielle Franco condena violência policial e decreta investigações.

No dia 13 de fevereiro, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, condenou veementemente a ação de um policial militar que atirou à queima-roupa contra um homem no Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro. O incidente, que chocou a população, foi gravado em vídeo e compartilhado nas redes sociais. Nas imagens, o policial dispara um tiro de fuzil contra o homem, que parece estar desarmado, e em seguida ele é socorrido por uma mulher, perdendo grande quantidade de sangue.

A ministra Anielle Franco classificou o vídeo como “aterrorizante” e garantiu que acompanhará de perto as investigações sobre o caso. Em suas redes sociais, ela declarou que a lei deve ser cumprida por todos, independentemente do local, raça ou renda, e manifestou solidariedade à família da vítima e à população da Maré, que tem sido aterrorizada por esse tipo de operação policial desproporcional.

Além da ministra, a deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) e a deputada estadual Renata Souza (PSOL) confirmaram a morte do homem baleado e entraram com uma representação no Ministério Público estadual para cobrar o controle externo da operação na Maré. A Anistia Internacional também se manifestou nas redes sociais, classificando as cenas de horror como inadmissíveis e exigindo investigações imparciais e responsabilização de todos os envolvidos no crime.

Após o ocorrido, a Secretaria de Estado de Polícia Militar identificou o agente envolvido na ocorrência e instaurou um procedimento para averiguar as circunstâncias do fato. A Polícia Civil, por sua vez, acionou a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e informou que será feita uma perícia no local, com outras diligências em andamento para esclarecer todos os fatos.

O disparo contra o homem aconteceu durante uma operação policial para recuperar uma carga de veículos de luxo roubada, na qual participaram policiais civis da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), além de policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque). A operação resultou na recuperação de 11 veículos, um carro de luxo e quatro motocicletas na favela Nova Holanda, no Complexo da Maré, que estavam em um caminhão-cegonha roubado durante a madrugada, na Avenida Brasil. O motorista também foi mantido como refém pelos criminosos.

O caso gerou comoção na sociedade e deixou a população da Maré atordoada, levantando questões sobre a atuação policial e a brutalidade das ações realizadas em comunidades periféricas. A necessidade de investigação imparcial e transparência na apuração dos fatos se tornou fundamental diante de um acontecimento tão alarmante. As autoridades competentes têm o desafio de garantir que todos os envolvidos sejam responsabilizados e que atos como esse não se repitam, visando proteger a população e amenizar os traumas causados por essa ação violenta.

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